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Publicado em: 22/08/2013
A EVOLUÇÃO DO MOBILIÁRIO

 

"Os materiais vão ditar o que vai ser forma e o que vai ser função."

                                                                                                                                                                                                      Irmãos Campana


A utilização de mobiliário existe desde que o ser humano passou habitar, ou seja, desde sua existência. Até mesmo por uma questão de necessidade, os utensílios e móveis foram sendo desenvolvidos para prover mais conforto.
Com o passar do tempo os móveis foram adaptados conforme o padrão estabelecido por uma cultura e também pela sua evolução na tecnologia e senso estético.
A princípio os móveis eram fabricados em  madeira, sendo que no início eram talhadas em uma única peça, que foi evoluindo para peças encaixadas e com entalhes mais sofisticados. Com a evolução dos tempos, passa-se a utilizar materiais como ferro, aço, alumínio, acrílico, palha, dentre outros, oferecendo variedade em estética, cores e valores.
Alguns estilos influenciam os móveis até atualidade e até mesmo complementam a decoração, pois dentro de uma linha contemporânea é possível incluir uma peça antiga ou com um traçado rococó sem qualquer problema. 
Alguns estilos que fizeram história:
Os móveis do período do Renascimento, entre os anos de 1550 e 1600, representam a afirmação de novos conceitos, no qual a habitação começa a ter sentido de residência.  Na Espanha recebe grande influência árabe e de forma geral os móveis passam a fazer parte da concepção da arquitetura como um todo, porém ainda não há grande produção de móveis de luxo, tendo ainda alguma rigidez em suas formas trazidas do período medieval.
O Estilo Luis XV, tem linhas fluidas, graciosas e intimamente ligado à figura feminina. É considerado um dos estilos estéticos franceses de maior impacto, sendo, por isso, um dos estilos que voltou à tona muitas vezes ao longo da história. É neste período que os espaços sociais e privados passam a ter uma separação, pois a etiqueta da corte influencia a vida das pessoas.
O movimento do final século XIX, Art and Crafts, foi uma reforma para o design da época. Os designers e arquitetos que participaram do movimento, iniciado na Inglaterra, estavam preocupados com os efeitos da produção industrial, que fabricava produtos em larga escala sem preocupação com qualidade. Os integrantes defendiam a valorização dos artesãos, mostrando arte no mobiliário.
1900 a 1909 - O Art Déco foi um movimento popular internacional de design de 1925 até 1939 que afetou as artes decorativas, a arquitetura,design de interiores e design industrial. Este movimento foi de certa forma, uma mistura de vários estilos (ecletismo) e movimentos do início do século XX, incluindo o construtivismo, cubismo, modernismo, bauhaus e art nuveau. 

Neste movimento havia a preocupação com a má qualidade dos itens feitos em série.
   

 

 

 

 

O estilo contemporâneo está baseado na simplicidade, praticidade, tendo o aspecto clean, pois leva em consideração apenas as mais recentes tendências, da segunda metade do século XX. O mobiliário é caracterizado por linhas simples, angulares, esguias, com as estruturas mais próximas ao chão. Porém no estilo contemporâneo é permitido o uso de móveis ou peças únicas, com estilo totalmente diferente, sem agressões ao visual. O estilo contemporâneo diferentemente do estilo minimalista, que é totalmente despido de ornamentação, é igualmente sereno, bonito e funcional.  

1910 a 1919 – Escola de arte de Bauhaus. Aplicação de aço tubular (cadeira Wassily, Marcel Breuer). Cadeira plana e básica (cadeira vermelha e azul, Gerrit Rietveld).
   

 

 

1920 a 1929 – Grandes extensões de vidros unificadas. Estilo art deco. Os materiais utilizados são folheados exóticos, marfim e baquelita (plástico). Uso de curvas sobrepostas e contraste de texturas de madeira. E em 12929 a cadeira Barcelona (Mies Van Der Rohe).
 

 

1930 a 1939 – Aerodinâmica no desenvolvimento dos produtos. Cadeira borboleta (1938), armação em aço tubular, acento em forma de rede de lona e couro (Antônio Bonet, Juan Kurchan e Jorge Ferrari-Hardoy), inspirado em modelo de madeira dobrável do século anterior.
 

 

1940 a 1949 – O plástico torna-se muito importante no período pós guerra. A escasses fez produtos despojados com matéria-prima básica. Cadeira DAR de Charles Eames com acento inteirço (forma de concha) sustentado apenas por metal.
 

 

1950 a 1959 – Cadeira Tulipa de Eero Saarien com assento em plástico e pé de alumínio. Visual lembrando a era espacial
 

1960 a 1969 – Cadeira Bola de Eero Aarnio – bola de fibra de vidro cortada no meio que gira sobre uma base de alumínio.

 


1970 a 1979 – Sofá bocca do Studio 65.
  


1980 a 1989 – Sofá Lido, Kitsch do grupo Menphis.

 

1990 a 1999 – Preocupação ecológica e uso de materiais recicláveis. Cadeira Favela dos Irmãos Campana, reproduzindo a favela de São Paulo.

 

Eu sou Ana Cláudia Marcon, arquiteta e urbanista e você poderá tirar mais dúvidas a respeito dessa e de outras matérias editadas em minha coluna neste jornal através do email marconarquitetura@terra.com.br